domingo, 13 de dezembro de 2009

Arcos de Valdevez - Peneda

Take I…2009-11-22

Contra todas as previsões meteorológicas que anunciavam dilúvio e vendaval partimos 6 em direcção a São Bento do Cando onde teria início o nosso passeio. À medida que nos íamos aproximando da Peneda as condições iam-se deteriorando mas continuámos na esperança que amainasse. Em São Bento do Cando vestimos todo o equipamento de chuva e demos inicio ao percurso. O chuvisco inicial tornou-se chuva fina esporádica e depois constante. Não foi preciso muito tempo para ficarmos todos molhados. À medida que subíamos ficava mais frio, mais ventoso e mais chuvoso. Acabámos por seguir um trilho quase paralelo mas a cota superior relativamente ao que estava planeado. Quando cruzámos o caminho pretendido decidimos … como é que o CAAL dizia?... ah “neutralizar”.

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Panorâmica sobre a Branda de Bosgalinhas 13:31

Como não tínhamos almoçado fomos procurar um local abrigado. Apenas ao terceiro restaurante é que nos deram guarita deixando comer o que tínhamos trazido. Para não parecer muito mal alguns acabaram por “fazer despesa” (não o nosso caso).

Antes de ir embora ainda parámos para visitar o recém inaugurado centro interpretativo do Mezio trazendo de lá alguns percursos marcados para futuras visitas.

Take II…2009-12-13

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  Local: Peneda/São Bento do Cando
  Dificuldade: Baixa 
  Extensão: 18 km
  Duração:8 h 00 min
  Tipo: Circular 
  Carta Militar: 9

 

Duas semanas após a primeira tentativa e agora com São Pedro muito mais aliviado decidimos tentar completar o caminho que tínhamos deixado a meio. Marcámos a saída às 7H30 do Porto mas, como às 7H50 ainda estávamos a dormir e o nosso amigo, contabilista, benfiquista e condutor se perdeu pelo Porto, acabámos por sair às 8:10. Como o GPS indicava 1h50 de percurso, chegaríamos a São Bento do Cando em cima da hora marcada para o início do percurso. Assim foi, depois de termos experienciado como andar 50m em marcha atrás numa auto-estrada e entrado num triângulo pelo lado errado chegámos às 10:00 em ponto (caro amigo, sabemos que pediste para não falar nisto mas não resistimos – será que aguentamos em não falar do 3ª aspecto?).

Começámos a andar, desta vez pelo caminho certo mas, apesar de não estar a chover, havia muito mais água que na tentativa anterior, sendo muitos os ribeiros e poças que tivemos de atravessar. O frio era tal que se via gelo em todos os locais com água estagnada.

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Peneda (11H34)                                                                 Peneda (12H52)

Ao fim de algum tempo encontrámos locais familiares já percorridos em passeios anteriores como troços do trilho da Peneda organizado pelo Grupo de Viana, e o recentemente visitado vale do Glaciar, qual atravessámos podendo ver de perto a dimensão das rochas transportadas pelo mesmo.

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              Muro (14H10)                                    Branda do Real (15H48)                              Rio de Aveleira (16H13)

O Inverno não perdoa… depois de passarmos a branda do real (15H50) e atendendo à hora a que o sol se põe tivemos de decidir se continuaríamos com o planeado ou teríamos de estudar um percurso alternativo provavelmente tão longo mas mais fácil e com maior visibilidade, pois da escuridão não iríamos escapar. Estudadas e discutidas as hipóteses reestruturámos os planos: Andámos um bocado para trás passando novamente pela branda do real, seguimos em direcção à Senhora da Guia, depois branda da Aveleira (onde existem várias casas pelo menos ao nível exterior bem recuperadas agora destinadas ao turismo de habitação) e chegando a São Bento do Cando pelas 18H00 quando o termómetro apenas marcava 1ºC.

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Vale do Glaciar (16H50)

Voltámos para o Porto ao som de Guns & Roses até que se passou algo de inédito no carro do fervoroso adepto do Benfica, como foi ouvir o relato do FCP - V. Setúbal (desculpa mas não resistimos novamente, pensa que se tua avó ler isto irá ficar muito orgulhosa de ti).

Será que vai haver um take III no qual finalmente iremos percorrer o percurso planeado?

domingo, 8 de novembro de 2009

Apanha de Cogumelos

Este ano fomos apanhar cogumelos umas semanas mais cedo que em 2008. Como fomos mais cedo e para um lugar diferente encontrámos outros cogumelos. Infelizmente chovia e tinha chovido no dia anterior pelo que quase não se encontraram cogumelos em bom estado e dos que se viu poucos eram comestíveis. Apanhámos apenas alguns Frades ou Xouteiros (foto da esquerda).

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Quando chegámos ao carro já não chovia e como ainda era bastante cedo acabámos por fazer uma pequena caminhada antes de voltar ao Porto.

domingo, 1 de novembro de 2009

Almeida – Forte de Almeida

“Iniciadas em 1641 pelo Governador das Armas da Província da Beira, Álvaro Abranches, as suas obras monumentais só estariam concluídas no final do século XVIII com o Conde de Lippe. (…)

No século XIX, durante o período das Guerras Liberais (1832-1834), mais uma vez a Praça-forte de Almeida foi palco de confrontos pela sua posse, que se alternou entre Absolutistas e Liberais, tendo as suas casamatas servido como prisão para mil e quinhentos prisioneiros políticos.

No século XX, apenas em 1927 é que a fortaleza deixou, definitivamente, de exercer funções militares. O conjunto encontra-se classificado como Monumento Nacional pelos Decretos 14.985, publicado em 3 de Fevereiro de 1928, e 28.536, publicado em 22 de Março de 1938.” (in http://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a-forte_de_Almeida)

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Exterior do Forte 31-10-2009

Após um fim de semana fantástico e de muitas emoções não nos esquecemos na volta de fazer uma pequena paragem para entrar nas muralhas labirínticas do Forte de Almeida.

Aproveitando ainda os poucos minutos de bom tempo e de luz solar que nos restavam, pudemos apreciar a imponente muralha de diferentes níveis em forma de estrela com 12 pontas.

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Interior do Forte 01-11-2009

Finalmente após termos feito e visitado tudo como planeado com condições atmosféricas favoráveis, entrámos no carro de volta ao Porto. Poucos minutos depois começou a chover copiosamente, tendo-se prolongado por toda a noite.

La Fregeneda - Barca D’Alva (Caminho de Ferro)


Local: La Fregeneda (Espanha); Dificuldade: Média; Extensão: 17 Km; Tempo: 6h 00m; Tipo: Linear

Depois de mais de um ano após termos percorrido Barca D’Alva – Pocinho lá decidimos cumprir o prometido e seguir pelo caminho-de-ferro entre La Fregeneda e Barca D'Alva. Apenas à enésima tentativa e após vários adiamentos, conseguimos quórum suficiente entre os amigos e seguimos 4 bravos e inconscientes em direcção a Figueira de Castelo Rodrigo para um fim-de-semana de aventura. Com a chegada do Inverno e a mudança de horas tornou-se necessário começar bem cedo para aproveitar as poucas horas de luz.

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Estação La Fregeneda 8H45

Embora a ideia inicial fosse de apenas fazer o percurso pelo caminho-de-ferro, para aproveitar a proximidade de Freixo de Espada-à-Cinta, gozar o fim-de-semana ao máximo e arranjar forma de convencer mais gente a aceitar o convite, decidimos incluir no pacote a bela Calçada de Alpajares.

Depois de testadas as condições físicas dos nossos companheiros e de um merecido descanso na pensão Bago D'Ouro, Domingo seguimos num carro da mesma em direcção à vila espanhola, conduzido pelo motorista de nome tipicamente português “Andrés”.

8H45 marcava o relógio quando chegamos à estação de comboio de La Fregeneda. Nesta um sinal avisava do perigo relativo ao estado das pontes o que aumentou exponencialmente a nossa confiança… antes que o estado destas piorasse mais um bocadinho decidimos avançar.

Para começar um “pequeno túnel”… já se via a luz ao fundo mesmo antes de entrar pelo que pensámos em nem utilizar as nossas lanternas … 10 minutos depois (já de lanternas ligadas) ainda se via a luz ao fundo do túnel sem ter aumentado de dimensão (parecia que estávamos nos desenhos animados do Tsubasa nos quais os jogadores de futebol corriam corriam e nunca mais chegavam à linha meio campo que ia aparecendo vagarosamente no horizonte). A expectativa era grande tanto de chegar ao fim como de ver morcegos que com pena nossa não havia neste túnel. Á saída (ao fim de 2 km), depois das pupilas se ajustarem à luz ofuscante, os vales e as montanhas típicas do Douro recebiam-nos com a sua grandiosidade…

Túnel 1, pequena ponte 1, túnel 2 e túnel 3…. um cheiro nauseabundo, primeiro de cão molhado, depois de animal em decomposição, nos indicava a presença dos tão esperados morcegos. A avaliar pelas montanhas de guano (caca) que ocultavam a linha, deveriam existir enormes colónias de morcegos … finalmente encontrámos apenas dois grupinhos todos encavalitados, que saiam do seu nicho sem rumo, alguns direitinhos a nós…lá seguimos entre morcegos, guano, baratas, linha de caminho-de-ferro, lajes de pedra, paredes construídas pelo homem e paredes naturais. No fim do mais emocionante túnel do percurso encontrámos o rio Águeda…

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morcegos …                                                            e mais morcegos

…seguindo o rio chegamos à primeira ponte de vão considerável… a adrenalina subiu exponencialmente… ora portanto uma ponte muito alta sendo que no lado esquerdo temos um perfil metálico com 20cm de largura e uma guarda a meio metro de distancia e no lado direito umas tábuas com meio metro de largura e estado duvidoso (tirando as que estavam podres ou queimadas… tudo bem)… lá fomos dois de um lado e dois do outro seguindo pé ante pé até esta se encontrar novamente com a terra!!! Nos céus sobrevoava em círculo um bando de grifos parecendo contar até 4 na expectativa de um pequeno-almoço gratuito… Após este primeiro choque parámos para acalmar um pouco e conversar um pouco sobre como estariam as seguintes pontes e se conseguiríamos chegar ao fim.

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Ponte 1 - 10H20

Túnel 4… à saída e ainda com o ritmo cardíaco acelerado… a ponte 2… e os grifos cada vez em maior número a seguirem cada passo…
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Túnel 4 – 10H43 ...                           ponte 2 - 10H50

Túnel 5, túnel 6 e … ponte 3, esta em curva… mais uma vez dividiu-se o grupo e dois seguiram pelo lado interior e dois pelo exterior… que bela surpresa tiveram os últimos quando se aperceberam que a curva era constituída por 3 troços completamente desligados no passadiço e guardas metálicas, chegando a separação a ultrapassar meio metro. Nada que não se conseguisse passar mas com duas grandes passadas e um dose de elasticidade (homem 3; grifos 0) …

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Ponte 3 - 11H04

Até este ponto já tínhamos visto de tudo sendo a confiança tal que as pontes passavam rápido sob os nossos pés (os mais pequenos é que tinham de andar um pouco tortos para conseguirem tocar nas guardas) … Túnel 7, 8, 9 , 10, pequena ponte 2, túnel 11 e 12, ponte 4 (mais longa e alta de todas constituída por metade em pedra e outra metade em estrutura metálica), túnel 13, 14 (lugar para o desejado pic-nic) e 15, ponte 5, pequena ponte 3, mini ponte 1 (zona com 30cm de linha sem terreno por baixo) , túnel 16, grande ponte 6, túnel 17 e 18, ponte 7, túnel 19 e 20 (último) ….

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                 Ponte 6 – 12H17 …                                              nem ponte nem túnel – 14H12 …                      e ponte 9 - 14H43

PONTE 8 a qual já havia sido testada no dia anterior com passada vagarosa e insegura substituída agora por um passo de trote quase galope sem qualquer recurso aos membros superiores (pudera pois parecia nova comparando o seu estado com o das outras pontes) …

por fim após 20 Túneis e 11 Pontes chegámos à primeira estação de Portugal – Barca D’Alva.

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Ponte 11 – 15H01 …                     e Estação de Barca D'Alva – 15H21       

Importa aqui lembrar aos leitores que embora nos refiramos a pontes por simplificação da escrita, apenas uma das estruturas (a última) servia para transpor uma linha de água (neste caso o rio Águeda) e portanto apenas essa deveria ser chamada de ponte. Este comentário serve também para demonstrar alguma credibilidade junto da nossa classe profissional.

sábado, 31 de outubro de 2009

Freixo de Espada-à-Cinta – PR1FEC: Calçada de Alpajares

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Local: Freixo de Espada-à-Cinta Dificuldade: Fácil; Extensão: 8 Km; Tempo: 3h 00m; Tipo: Circular

Após muita insistência dos amigos para fazermos este percurso devido à sua beleza e aproveitando a proximidade entre Barca D’Alva e Freixo de Espada-à-Cinta incluímos a Calçada de Alpajares como bónus ao fim de semana de aventura que planeámos, que tinha como cabeça de cartaz o passeio pela linha do comboio entre as estações de La Fregeneda e de Barca D’Alva

Além de ser bonito este trilho iria servir para abrir o apetite dos nossos companheiros de caminhada e avaliar a sua forma física e capacidade para realização do percurso do dia seguinte.

Contrariando todas as previsões meteorológicas que previam chuva para Sábado e dilúvio para Domingo, combinou-se o encontro em Gaia para partirmos todos pelas 8:00 horas de Sábado em direcção a Freixo de Espada-à-Cinta para chegarmos por volta da hora do almoço, petiscarmos um bocadito e fazermo-nos à calçada. Pelo meio fizemos uma pequena paragem em Figueira de Castelo Rodrigo para apreciar-mos ao longe o forte de Almeida, ficando a vontade de no regresso ir lá visitar.

Iniciámos a caminhada por volta das 13:00 horas começando logo por uma subida penosa para quem tinha estado 3:00 sentado no carro e acabado de almoçar. As oliveiras e as suas azeitonas quase maduras dominavam a paisagem. A gula de um dos nossos companheiros demonstrou a razão pela qual apenas se encontram azeitonas curtidas no mercado e não directamente colhidas da Árvore. A cara de desgosto com que ficou por vários minutos rivalizou como a mesma que apresentava após o Jogo Braga-Benfica (2-0).

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Início/Fim do Percurso 16H19                                                  Azeitona 13H01             

Uma marca mal colocada provocou logo de início o primeiro e único desvio do traçado o que fez os nossos companheiros duvidar da nossa capacidade de orientação e diminuir a confiança relativamente ao percurso do dia seguinte.

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Calçada de Alpajares 14H07                                                        Ruínas 14H51     

De volta ao trilho entrámos finalmente na calçada ziguezagueante e íngreme, entre montanhas e formações rochosas únicas e incríveis. A vista panorâmica lá do cimo é fantástica. De acordo com as plantas que tínhamos tentámos encontrar um túmulo mas ao fim de alguns minutos de procura desistimos de o procurar… Seguimos em direcção à Calçada de Santana e por fim atravessámos a ponte junto a um agrupamento de ruínas em xisto e continuámos por estrada em direcção ao carro (16:37), brincando um pouco com o efeito de eco das montanhas em redor.

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Formações Rochosas 14H52                                              Formações Rochosas 15H06

Atendendo à curta extensão do trilho este apresenta muitos pontos de interesse e de beleza significativa. Como pontos negativos salientam-se os grandes troços de estrada e estradão e a existência de muito lixo nas encostas junto às bermas da estrada, lixo este que deve estar na origem do facto de não termos visto nenhuma lontra que, de acordo com os placards indicativos, é um bom indicador da qualidade das águas do cursos de água.

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Oliveiras 16H18

Chegados ao carro dirigimo-nos a Barca D’Alva para visitar a antiga estação de caminho de ferro e dar um pequeno salto a Espanha avaliando o estado de uma das pontes e o grau de sensibilidade de todos às alturas. TESTE SUPERADO (mas com algum nervosismo)

Demos entrada na pensão Bago D’Ouro, jantámos, vimos a bola, demos novo passeio pela vila e fomos descansar para estarmos em forma no dia seguinte.

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Ponte Ferroviária Sobre o Rio Águeda 17H36 …Ponte Rodoviária Sobre o Rio Águeda 17H39…Ponte Rodoviária Sobre o Rio Douro 23H32

domingo, 18 de outubro de 2009

Arcos de Valdevez - Trilho do Glaciar e do Alto Vez

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  Local: Arcos de Valdevez
  Dificuldade: Baixa 
  Extensão: 12,6 km
  Duração:8 h 20 min
  Tipo: Circular 
  Cartas Militares: 8 e 9

 

Desta vez estamos a escrever sobre um dos percursos mais interessantes que fizemos até agora. Não devido à beleza das paisagens que vimos (que também não está em causa) mas principalmente pela quantidade de insectos que pudemos observar …e fotografar.

Fazia aproximadamente 2 anos que tínhamos começado a caminhar regularmente com os Pernas-Longas e estávamos de volta a Porta Cova - perto do percurso que tínhamos feito em Sistelo.

No início de percurso, o rendilhado de socalcos de Sistelo dominava a paisagem no fazendo lembrar em parte as andenerias peruanas.

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Vista Sobre Porta Cova (10H17)                                                   Vale do Glaciar (16:13)

Fizemos um pequeno desvio para alcançar o rio Vez e almoçámos nas suas margens. Quando regressávamos ao trilho começámos a vez algumas fêmeas de grilo a tentarem depositar os seus ovos no meio do estradão.

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Trilho do Glaciar e do Alto Vez (11H32)

Depois de uma subida não muito inclinada chegámos ao Vale do Glaciar onde se podiam ver enormes rochas roladas, depositadas ao longo de todo o vale pelo glaciar… parecia um cemitério de pedras.

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Vale do Glaciar (15H19)

No cimo da serra e enquanto todos procuravam a marca perdida o Nuno encontrou uma aranha com umas cores fantásticas (patas listadas de branco e preto e abdómen vermelho com pintas pretas) mas agressiva pois quando nos aproximávamos levantava o par de patas dianteiras mostrando as quelíceras.

O Nuno não tirava os olhos do chão e perto das brandas encontrou um Louva-a-Deus castanho o qual parecia ser conhecido de todos pois pareciam paparazzis à caça da foto comprometedora. …(Ao início falava de como 2 anos antes tinham encontrado um grande louva-a-deus verde a subir pelas calças de um dos nossos companheiros perto do local onde nos encontrávamos e que no percurso anterior tínhamos visto outro mas castanho e em Vouzela).

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        Grilo (14H39)                                           Aranha (17H06)                                        Louva-a-Deus(17H56)    

Já havíamos feito muitas paragens (talvez demais), apressámos o ritmo, mas nada que impedisse o Nuno de continuar a olhar para o chão e encontrar novo Louva-a-Deus agora verde e grande.

Já estava a anoitecer quando chegámos à branda de Crastibó. O sorriso de felicidade de alguns contrastava com a cara de preocupação de outros por termos de caminhar de noite.

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Trilho do Glaciar e do Alto Vez (18:17)

No fim uns continuavam com o sorriso de felicidade enquanto os restantes de alívio.

Conseguimos estender um percurso de pouco mais de 12,6km num passeio de dia inteiro a uma impressionante velocidade média de 1,5km/h.

domingo, 11 de outubro de 2009

Ponte de Lima: Percurso da Água

Descrição do percurso retirada da página oficial do mesmo:

Local: Ponte de Lima; Dificuldade: Moderada; Extensão: 12,5 Km; Tempo: 6h 00m; Tipo: Circular

“O percurso mais longo da rede de percursos tem como principais objectivos a compreensão do movimento do principal elemento desta área protegida, a água, na bacia hidrográfica do rio Estorãos, bem como, a interpretação da área das Tapadas do Mimoso e o contacto com a forma de distribuição da ocupação humana na área envolvente à paisagem protegida, bem como, com o património dela resultante.
Partindo do Centro de Interpretação Ambiental rumo à Quinta de Pentieiros e posteriormente à Azenha do rio Estorãos, adaptada para Turismo Rural, pode observar-se as serras de Arga e Cabração (ao fundo), que contribuem para a valorização paisagística do percurso, e em que a última marca o limite Norte da bacia cujas águas são drenadas para o rio Estorãos e assim chegam à área protegida.
Todo este troço evidencia valores patrimoniais históricos, como a casa da Quinta de Pentieiros, agora recuperada para Centro de Acolhimento, a necrópole megalítica à saída da Quinta, aconselhando-se a visita após a criação do aro arqueológico, a ponte, construída no séc. XVI ou XVII, o seu cruzeiro e alminhas, que serviam para proteger os visitantes.
Continuando o percurso, após paragem para desfrutar, por instantes, da bela paisagem ribeirinha valorizada pela zona de lazer fluvial da Azenha de Estorãos, depara-se com uma zona tipicamente agrícola, e posteriormente com a Estátua das Quatro Mãos, descritas em percurso adequado.
Ao chegar à ponte da Freixa, sobre o rio Estorãos, o percurso segue para montante num trilho de pé posto, que acompanha a margem do rio rumo ao passadiço que contorna a lagoa das Tapadas do Mimoso, sistema semelhante ao descrito no percurso I. Estes dois sistemas, constituem as duas maiores massas de águas superficiais de toda a bacia.
O posto de observação desta lagoa, permite desfrutar da paisagem e serenidade características deste espaço e disponibiliza informação, que explica a grande diferença entre as duas lagoas, nomeadamente no que respeita à particular e imponente mancha de vegetação arbórea autóctone, onde se destacam as florestas de amieiros, habitat importantíssimo ao nível da conservação da natureza e as florestas de carvalhos. Todo este espaço é atravessado pelo percurso, que proporciona, em qualquer época do ano, um despertar de inúmeras agradáveis sensações podendo, igualmente ser detectada a presença de inúmeras espécies vegetais e animais.
Fora desta zona, o percurso coincide com o troço final do percurso II e ruma em direcção a EN 202 com passagem pelo Solar de Bertiandos, um dos ex-libris do Norte do país, contendo entre outros valores, um marco miliário, uma torre erigida em 1566.
Uma vez na estrada nacional, segue-se junto à recta de Bertiandos, com as serras de Arga e Cabração a Norte e rio Lima a Sul a proporcionarem uma interessante perspectiva do enquadramento da paisagem protegida na bacia hidrográfica do rio Estorãos, que permite compreender o movimento da água desde que entra nesta bacia até que sai, para o rio Lima, através do rio Estorãos e vala do Estado.
Até ao final do percurso, muito próximo do Centro de Interpretação Ambiental, merece especial destaque a Quinta da Lage, onde funciona uma unidade de turismo em espaço rural, fundada no séc. XV, com elementos arquitectónicos do séc. XVIII e vestígios de uso do espaço que remontam ao período romano/medieval.”

[24]_Igreja_de_Estorãos[34]_Flor[35]_Ponte_e_Azenha
14:08 Igreja de Estorãos (esquerda), 14:22 Flor (centro) e 14:26 Ponte e Azenha (direita)
[46]_Vinha[48]_As_Mãos[76]_Solar_de_Bertiandos
15:03 Videira (esquerda), 15:06 As Mãos (centro) e 17:53 Solar de Bertiandos (direita)